Para escrever, precisamos de assuntos e inspiração. Uma conversa pode dá origem a textos maravilhosos, como Memória. Parabéns à professora e ao aluno, por este belo texto. Os nossos agradecimentos aos entrevistados pela atenção dada aos nossos alunos.
ANOS DOURADOS DE MINHA
VIDA (MEMÓRIA) (7ª Série)
(GUILHERME
NASCIMENTO RODRIGUES)
Naquela época, era muito difícil a Educação, pois um dos
maiores problemas era a distância entre a escola e a minha casa. Tínhamos que
andar uns nove quilômetros, pois não havia meio de transporte para a gente.
Muitas vezes, era posta de castigo porque chegava na escola uns minutinhos
atrasada.
Às vezes, tínhamos que passar perto de um rio lindo com águas
reluzentes, pois tínhamos sujado as pernas com a poeira vermelha da estrada de
chão.
Para irmos a escola passávamos perto de um grande floresta
escura e densa, que as vezes nos surpreendiam com animais fascinantes.
Um dia cheguei em casa e vi minha mãe falando sobre um festa
que ia ter na cidade. Ao escurecer, fui correndo falar com os meus irmãos, mas
não os achei. Pois onde eu morava era um lugar lindo e grande.
Perto da casa tinha um riacho com águas transparentes, que
quando entravamos dentro dela, parecia que estávamos flutuando. Ao redor do riacho tinham várias árvores frutíferas, como pé
de manga, acerola e fruta pão.
Um dia antes da festa, eu, minha mãe e meus irmãos fomos à cidade para comprarmos roupas novas, pois, as nossas já estavam rasgadas e cortadas.
Quando já tínhamos andado quatro quilômetros, por aquela estrada de chão vermelho, avistamos um pau de arara e pedimos carona até a cidade.
Ao chegarmos à cidade, um lugar fantástico, cheio de carros
de vários tamanhos e cores, com ruas que pareciam não ter fim. Com casas por
todos os lados. Mas mamãe não deixou a gente olhar muito, pois, queria ser
rápida. A loja em que fomos comprar roupas era vermelha com um grande
nome na frente escrito “Loja de Roupas”. Por dentro ela era ainda mais bonita,
com vários manequins com roupas espetaculares. Compramos as roupas logo e fomos
embora.
No dia da festa, mamãe me chamou no quarto dela. Quando eu
vi, achei que era neve, mas mamãe me explicou que era pó de arroz, depois que
coloquei na minha pele, ela ficou macia como algodão.
Ao chegar à cidade, onde ia acontecer a festa, era uma rua
longa que parecia não ter fim. Nessa rua tinha vários ônibus estacionados que
nem dava para contar, quase não dava para gente passar. No final dessa rua
tinha uma igreja linda e grande.
As pessoas iam muito arrumadas, com roupas novas. As comidas
eram colocadas numa mesa enorme com várias toalhas de várias cores. As comidas
eram de um saber magnífico e o cheiro dela ia por toda a cidade. Hoje olho para aquela rua e vejo o quanto fui feliz naquela
época de criança.
(Texto baseado na entrevista feita com Azeni Silva Rocha (BECA).
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